Obra
literária publicada em 1862 e que representa um marco histórico do romantismo
em Portugal.
Salienta
o choque entre os representantes de duas gerações: a dos pais
que se odeiam – os fidalgos Tadeu de Albuquerque e Domingos Botelho – e a do jovem
casal que se ama louca e perdidamente – Teresa e Simão. Este amor é reprovado
pelos pais, Teresa, uma heroína firme e de grande sentimento de devoção ao
amado, é enviada para a clausura num convento, sucedendo-se desventuras e
tragédia. Simão é um herói romântico, cujos erros passados são redimidos pelo
amor. A morte de ambos arrasta também a de Mariana, apaixonada por Simão, a
mais romântica das personagens, que provoca a morte para não querer sobreviver
à morte do amado.
A história desenvolve-se em três dias, sexta-feira, sábado e domingo. Uma mulher, com perto de cinquenta anos, vai passar um fim de semana na casa de férias da família, numa praia não identificada. A casa, modesta, foi vendida e ela quer despedir-se do imóvel, mas também relembrar tudo o que se passou ali: a sua infância com os pais e os irmãos, o suicídio do irmão mais velho, o irmão surdo-mudo, o complexo e dramático relacionamento dos pais, a menina da casa em frente, sua amiga do tempo de férias. Depois, fala da sua vida atual, mal casada, sem filhos, professora numa escola, com uma relação frustrante e sem entusiasmo com uma colega mais velha... O falhanço da sua vida reflete-se na casa há muito desabitada e nos sonhos de todos os que estão ali irremediavelmente enterrados. A despedida da casa pode levá-la a imitar o irmão mais velho e, no domingo, atirar-se das arribas e encerrar ali uma vida sem futuro.
Obra de memórias escrita
durante o período de tempo em que Camilo Castelo Branco esteve preso por
adultério na cadeia da Relação do Porto. O narrador relata, na primeira pessoa,
episódios da sua vida na prisão (como a visita do rei D. Pedro V), descreve os
indivíduos que lá encontrou e reproduz as histórias que, alegadamente, eles lhe
terão contado, relacionadas com os crimes que os levaram ao cárcere.
"Memórias do Cárcere"
é uma obra verdadeiramente extraordinária, cujas páginas refletem com particular
fidelidade a singular qualidade literária de um dos maiores vultos das Letras
Portuguesas.
SINOPSE
Esta é a história de Crisóstomo que, chegando aos
quarenta anos, lida com a tristeza de não ter tido um filho. Do sonho de
encontrar uma criança que o prolongue e de outros inesperados encontros, nasce
uma família inventada, mas tão pura e fundamental como qualquer outra.
As histórias do Crisóstomo e do Camilo, da Isaura do
Antonino e da Matilde mostram que para se ser feliz é preciso aceitar ser o que
se pode, nunca deixando contudo de acreditar que é possível estar e ser sempre
melhor. As suas vidas ilustram igualmente que o amor, sendo uma pacificação com
a nossa natureza, tem o poder de a transformar.
Tocando em temas tão basilares à vida humana como o amor,
a paternidade e a família, O filho de mil homens exibe, como sempre, a
apurada sensibilidade e o esplendor criativo de Valter Hugo Mãe.
SINOPSE
Maya Vidal, é uma americana de 19 anos, filha de um
chileno e de uma dinamarquesa, criada com muito amor pelos avós paternos, Nini
e Popo, num casarão em Berkeley. Com a morte do avô, que era tudo para as duas,
a avó caiu numa depressão e a garota revoltou-se com a perda do avô. Más
companhias fizeram-na cometer atos delinquentes, a conhecer as drogas e a
prosmiscuidade. Acabou num centro para menores. Entretanto, fugiu desse centro
em Oregon e foi a pior decisão da sua vida. Chegou a Las Vegas e acabou a
trabalhar para um traficante de drogas e falsificador de dinheiro, logo
assassinado por dois dos seus “colaboradores”. Então, Maya teve que fugir, virou mendiga e viciada
em drogas. Sua avó mandou-a para a ilha de Chiloé no Chile, para fugir dos
traficantes. Na casa de Manuel Arias, descobriu-se a si mesma, o amor e o
desamor, o misticismo do povo chileno, a história da sua família, além da
história da ditadura no Chile, comandada pelo terrível general Pinochet.
SINOPSE
Um machimbombo incendiado numa estrada poeirenta serve de abrigo ao velho
Tuahir e ao menino Muidinga, em fuga da guerra civil devastadora que grassa por
toda a parte em Moçambique. Como se sabe, depois de dez anos de guerra
anticolonial (1965-1975), o país do sudeste africano viu-se às voltas com um
longo e sangrento conflito interno que se estendeu de 1976 a 1992. O veículo
está cheio de corpos carbonizados. Mas há também um outro corpo à beira da
estrada, junto a uma mala que abriga os "cadernos de Kindzu", o longo
diário do morto em questão. A partir daí, duas histórias são narradas
paralelamente: a viagem de Tuahir e Muidinga e, em flashback, o percurso de
Kindzu em busca dos naparamas, guerreiros tradicionais, abençoados pelos
feiticeiros, que são, aos olhos do garoto, a única esperança contra os senhores
da guerra.
Já adaptado ao cinema, Terra Sonâmbula foi considerado um dos
doze melhores romances do século XX em África. Cruza elementos da cultura
tradicional moçambicana com a própria história do país, realismo e magia, factos
e símbolos, Terra Sonâmbula é, acima
de tudo, um hino ao poder dos sonhos e da vida.
SINOPSE
Últimas Notícias do Sul é o
resultado de uma viagem que o escritor chileno Luis Sepúlveda e o fotógrafo
argentino Daniel Mordzinski, amigos de longa data, decidiram fazer pela
Patagónia, no final dos anos 90. Lá descobriram um mundo que praticamente não
existe nos dias de hoje; Sepúlveda tirou notas, Mordzinski fotografou. Depois
de uma longa espera, chega finalmente a Portugal o resultado magnífico dessa
viagem: as memórias, as experiências, as pessoas, as imagens.
«Este livro nasceu como a crónica de uma viagem realizada por dois
amigos, mas o tempo, as mudanças violentas da economia e a voracidade dos
triunfadores transformaram-no num livro de notícias póstumas, no romance de uma
região desaparecida. Nada do que vimos existe tal como o conhecemos. De certo
modo fomos os afortunados que presenciaram o fim de uma época no Sul do Mundo.
Desse Sul que é a minha força e a minha memória. Desse Sul a que me aferro com
todo o amor e com toda a raiva. Estas são, pois, as últimas notícias do Sul.» (Luis Sepúlveda)
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